27 de jun. de 2017

.:S.A.U.D.A.D.E:.

Poema I

 .:N.Ó.S.T.O.S:.

Hoje está mais cortante
   mais afiada do que nunca
      como lâmina de bisturi...
Hoje está mais pesada
   mais titânica do que sempre foi
      como o tom das toneladas...
Hoje está mais caustica
    mais acida do que consigo aguentar
       como magma nas entranhas da memória...
Hoje a saudade cobra seu saldo,
    em todas as fogueiras sob as estrelas,
        em toda a distância que pensamento nenhum cobre
           & nenhuma dobra une......
Vem & me mata de excesso, não de carência
      não me deixe acrescer mais conteúdo à essa palavra
         que começa com sal das lágrimas
            & termina com as eras da impossibilidade.
Saudade, palavra atual de toda falta
    corte, peso, dissolução
      que ata, dá asas, coagula
         o sentimento que não passa!

Poema II
 .:Á.L.G.O.S:.

Saudade certeza
    de que o passado foi bom
       & o amanhã será perfeito!
Saudade ilusão
    de que ontem eu sentia saudade
       e hoje eu sinto desolação!


Nota
.:G.E.N.E.A.L.O.G.I.A:.
-Saudade: lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possui-las, nostalgia.

-Nostalgia: melancolia, saudade. Vocábulo criado pelo médico suíço Hofer em 1678, composto por nóstos (regresso) + álgos (dor).


2 de jun. de 2017

Ariana

Ela cavalga uma pantera no anoitecer
Caçando homens que fogem para dentro de labirintos
Aria ariana de nome sucinto
Cavalga uma pantera no anoitecer...

Ela usa os homens
   como máscaras em seu coração
      para rir & para chorar
Percorrendo a distância de sol a sol
   o deserto que cruza para ser quem é
      sempre devastadora
Cavalgando feras domadas no meio das pernas
   distribui sorrisos & gozos esféricos
      & a dose certa de maldades para os corações

Elas cavalgam panteras no amanhecer
Em busca de companheiros para a festa de Baco
Arias arianas de nomes sátiros
Cavalgam panteras no amanhecer...

Elas usam homens
   como estrelas de suas vitórias
      cinzas que deixam no caminho
Percorrendo os círculos das lunações
    plantações abundantes
       onde abelhas vão afiar seus ferrões
Cavalgando feras domadas no meio das pernas
    distribuem encontros & solidões ao seu querer
       não há nada mais que as detenham
Mulheres que se fizeram!